domingo, 4 de dezembro de 2011

O diário de Zlata: a vida de uma menina na guerra.


Referência bibliográfica:
FILIPOVIC, Zlata. O diário de Zlata: a vida de uma menina na guerra. trad.: SOARES, Antônio de Macedo; JAHN, Heloísa. Prefácio: SERVA, Leão.SP: Cia das Letras. 1994. ISBN: 85-7164.384-9.
 A leitura do diário de Zlata foi muito gratificante, pois se tratou  do depoimento inocente de uma  menina que vai para a quinta série, então com 11 anos e a constatação abrupta de uma guerra civil eclodindo na Bósnia(ex-Iugoslávia), país onde nasceu e vive.
O prefácio do livro é assinado por um correspondente que, situa politica e historicamente o confronto. Ele ressalta sua admiração na rápida adaptação das crianças, após estes tempos tão turbulentos (força, coragem e superação).
Destaca alguns nomes de familiares e amigos de Zlata e constrói um pequeno vocabulário servo-croata.
O diário se inicia em 02 de setembro de 1991 e termina em 1993.
O cotidiano de Zlata é, paulatinamente, modificado com a aproximação dos confrontos.
A necessidade de mudanças traz a valorização, ainda maior, da família e de seus amigos. A sociedade a que Zlata pertence é bastante politizada.  A cultura local é muito rica e tradicional, fazendo com que a menina participe de eventos familiares bem demarcados.
Sua rotina antes da guerra é delineada por aulas das disciplinas ministradas na quinta série e também, de piano e solfejo, tênis, inglês, coral e tecnologia. A família de classe média possui uma casa de campo, onde Zlata passa as férias.
Quando seu pai é convocado para uma  unidade de reserva da polícia, inicia-se uma grande tensão.
Zlata mantém a escrita de seu diário durante todo o confronto com periodicidade irregular, houve dias em que escrever era impossível, devido às difíceis condições materiais, a que chegou a família.
O cerco vai se fechando sobre Sarajevo e as pessoas começam a fugir para outras localidades e países.
Em 1992 Zlata não pode mais ir às aulas e seus pais interrompem a ida ao trabalho, verifica-se uma corrida para o abastecimento da casa, com o intuito de que não falte mantimentos no perído mais agressivo. A família se transfere para o porão, onde se alojam com alguns pertences mais necessários. Os militares destroem todo o patrimônio cultural edificado da cidade:  praças, bibliotecas, igrejas, a vila olímpica.
Uma das filhas do vizinho vai morar com a família de Zlata (que é filha única).
A eletricidade é cortada e a família fica sem a geladeira para conservar os alimentos, eles fazem um banquete para que os alimentos não se deteriorem, porém fica a incerteza se conseguirão  alimentação, para a próxima semana. A comida se torna escassa, o barulho de trovões evidencia a proximidade dos canhões.
Chegam informações de que a casa de campo da família, com quase 150 anos  de histórias, é destruída e os vizinhos são mortos.
Zlata diz em seu diário: "sou uma criança de guerra, sem escola e sem poder me locomover, sem sol, sem natureza e sem infância, trancada numa gaiola."
A Ajuda Humanitária das Nações Unidas é que auxilia a família em sua sobrevivência, juntamente com milhares de outras.
Zlata fica quatro meses sem ver os avós, que moram em outra localidade.
Sabendo da existência dos diários das crianças, a Unicef inicia levantamento para a publicação de um deles, Zlata é escolhida.
Acontece o corte de árvores centenárias, para fazer o aquecimento dos ambientes, Zlata completa doze anos e só deseja PAZ.
Seu diário é publicado em 1993 e as cartas são as únicas possibilidades de comunicação entre os parentes.
É um relato sofrido, mas evidencia a força e a superação de uma família unida em condições desfavoráveis.
Eu recomendo a todos.
Abraços
Adriane

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