quinta-feira, 8 de setembro de 2011

DIÁRIO DE BORDO - Disciplina "Leitura e formação de leitores" dia 10 ago. 2011

Construindo meu conhecimento...
Com o início do semestre letivo 02/2011 no curso de Biblioteconomia da Escola de Ciência da Informação na Universidade Federal de Minas Gerais, fomos surpreendidos com a proposta "inovadora" da prof. Maria da Conceição Carvalho  de produzirmos um diário sobre as nossas observações e idéias partilhadas na disciplina  "Leitura e formação de leitores".
"Inovadora", no sentido de que, até então, eu ainda não havia  passado pela experiência de compartilhar ou expor meus entendimentos através da escrita a outrem, talvez através das provas façamos isto, porém são momentos de obrigação, não de sedimentação e reflexão, rsrsrs.
Neste exercício de compartilhamento tenho percebido que muito mais agrego conhecimentos de mim mesma, minhas posições diante de certos fatos, termos, textos e situações que leio, cotidianamente, através dos signos (o viés da semiótica inunda meus pensamentos, influência do aprendizado crítico e reflexivo com a prof. Cida Moura), verificados no ambiente que me cerca.
Na dúvida em transmitir minhas idéias, observações e pareceres em documentos particulares, que seriam lidos apenas pela professora, optei por utilizar meu blog, onde já partilho algumas considerações sobre minhas aflições e conquistas pessoais, acadêmicas e investigativas da Iniciação Científica.
O exercício da leitura e da escrita, para o compartilhamento, proporciona-nos ainda, exercitar a coordenação eficiente de um texto com etapas bem definidas de começo, desenvolvimento e finalizaçao. Ítem essencial que garantirá a transmissão e apropriação do conhecimento.
A princípio, fui tomada por certa relutância, pois esta exposição fará emergir minhas contradições e inconsistências, inclusive gramaticais e ortográficas; porém, com o desencadear dos pensamentos, fui, paulatinamente, acalmando-me e considerei a fala  da professora titular emérita da UFMG  Magda  Soares, quando lembra, em sua entrevista ao  UFMGTube a "Socialização do Conhecimento", ou seja, não adianta fazer pesquisa, investigar, levantar e coletar dados, agregar entendimento de outros teóricos do passado ou os mais recentes, sem transmitir a outrem, as experiências que vivo e desenvolvo, com esta bagagem e neste contexto atual onde me encontro inserida.
O pesquisador tem que compartilhar o caminho trilhado, assim ele faz conhecer as relações do homem com o mundo e a natureza, ao mesmo tempo em que se reconhece no processo de crescimento e entendimento, vivencia o seu autoconhecimento.
A primeira aula, então, foi de apresentação da professora e principalmente, do programa que orientará nossos encontros às quartas-feiras.
A denominação da disciplina foi questionada pelo Henrique, onde se percebeu que o termo "formação de leitores" poderia insinuar uma ação autoritária e direcionada, para a intenção da  nossa atividade de mediação da informação, porém lendo o texto:  A tela e o livro de Maria Teresa de Assunção Freitas,  incluso no livro: Livros e telas da Editora UFMG de 2011, indicado pela prof. Marta Melgaço da disciplina "Bibliotecas, Arquivos e Museus Digitais" entendi que, formar um leitor é  ampliar o repertório disponível para este sujeito, fato bastante condizente com a nossa atividade numa unidade de informação.
Termos como leitura, letramento e alfabetismo foram apresentados aos alunos deste quinto período e ficou claro que, ser alfabetizado não significa estar letrado, pois o letramento é um processo bem mais amplo, onde a informação deverá fazer sentido para o sujeito que a ressignificou.
Desta forma, alfabetizado é aquele que decifra o código da língua e letrado é aquele deu um sentido contextual a informação visualizada construindo elos de ligação que permitirão a sua utilização em momentos  de necessidade, fato que alterará sua cognição e comportamento social.
Percebeu-se que a leitura  não se processa apenas sobre papel ou um texto. Fazemos leitura dos sinais no semáforo, num vídeo e nos comportamentos de nossas crianças, jovens e adultos.
O educador e filósofo brasileiro Paulo Freire é figura obrigatória nestas discussões, pois apresentou novas perspectivas ao olhar a educação como uma entidade em construção coletiva, porém, valorizando a experiência individual como apoio e sustentação do desenvolvimento social.
Frases como: "A leitura do mundo precede a leitura da palavra" de Paulo Freire, dão a dimensão da relevância da experiência individualizada para o fortalecimento de uma leitura crítica e emancipadora, onde o alfabetismo se completará  no letramento.
No livro "Pedagogia do Oprimido", Paulo Freire ressalta a importância em se construir uma nova forma de relacionamento entre professor, aluno e sociedade.
Disponibilizo a seguir o link da Biblioteca Digital Paulo Freire aos interessados nesta obra tão edificante:    http://www.paulofreire.ce.ufpb.br/paulofreire/.
Disciplinas como a Psicologia, Sociologia da Leitura, Letras, Filosofia e Comunicação podem ajudar o bibliotecário na ampliação de seus conhecimentos e propiciar um posicionamento de atitudes positivas  junto ao panorama da leitura.
Neste sentido, leitura de qualidade implica que, ao final da ação, o leitor seja capaz de se conhecer melhor e poderá agir com  coerência diante de acontecimentos e fatos sociais, tendo  aguçado sua consciência e espírito crítico em relação a si próprio e às pessoas que o cercam.
Ufa, o primeiro dia de aula ainda não terminou, mas vou parar por aqui, no intuito de degustar tanta informação.
Até a próxima.
Adriane

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